A poesia regional gaúcha

(Falando de tradição, em rimas…)

O Rio Grande do Sul sempre foi e ainda é, um grande potencial em se falando de poetas, cantores, músicos… etc, gente que usa a arte para homenagear sua terra.

– Um parêntese importante : Aqui, diferentemente de outras regiões, o gaúcho da cidade fala ao gaúcho do interior. Isso vemos na literatura, na música, na poesia.

É a voz da cidade se fazendo ouvir no campo! Do urbano, para o rural!

Terra de ninguém!

Lonjuras…

Distâncias devorando remotos.

Infinito verde beijando o azul infinito.

Ignotos.

Planuras… / Uma coxilha aqui,,, outra lá…

E as coxilhas aqui, ali e acolá.

Alturas…

Voragem dos itaimbés na vertigem dos paredões.

Serros e serras trepando vazios.

Oásis de capões,

campos limpos, matos cerrados;

Matos ralos, campos dobrados.

Rincões. / Dunas andejas e combros viageiros.

Ermos povoados de gado chimarrão.

Mar de aspas chifrando o céu.

Oceano de cascos esmagando o chão.

Vacaria ao léu.

 Bugres de-a-cavalo e bugres de-a-pé

em recruzados vaivéns.

Selvagens ladainhando em latim.

Guaranis orando améns.

Monarcas monarquiando monarquias.

Gaudérios, haraganos, teatinos, / donos da Terra-de-ninguém,

Buscampeando seus destinos / em sempiterno vaivém.

Errabundos… Vagabundos… Corre-mundos…

Pervagando o confim. / Gaúchos, enfim…

Pampas! / Quietude das soledades / no sem-fim das amplidões.

Explosões de liberdade / Terra do vaivém.

Sem rei, nem roque / Terra-de-ninguém!

Hélio Moro Mariante – militar poeta, escritor, folclorista, historiador… Escreveu, entre outros livros: Rodeio dos Rodeios, Fronteira do Vaivém, História do Tradicionalismo, Medicina Campeira e Povoeira, Santa Bárbara! São Jerônimo!, Farrapos: Guerra à Gaúcha…

Ex-Presidente da Estância da Poesia Crioula e Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, Moro Mariante – gaúcho da cidade, nasceu em Caxias do Sul em 1915 e faleceu a 24 de dezembro de 2005 em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul… na nossa terra!