O rico folclore brasileiro

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              Num país de dimensões continentais como o Brasil, vê-se um rico e variado folclore, constituindo-se um verdadeiro patrimônio nacional.

              E, por maior que seja a extensão territorial, muitos usos e costumes se identificam com os de outras regiões, como no caso abaixo.

              Em “Folclore Brasileiro Paraná” (Roselys V. Roderjan – Mec/Funarte – 1981), vemos algumas familiaridades.                

                Sobre as crendices:

                Cuspir no fogo: seca a língua.

              Perder o anel: os pais brigam.

              Cachorro uivando: mau agouro.

              Jogar pão no chão: é pecado, Deus castiga.

              Chinelo virado: morre a mãe.

              Guarda-chuva aberto dentro de casa: dá azar.

              Deitar em cima de uma mesa: atrai morte.

                Sobre a arte folclórica:

                O artesanato doméstico com a madeira traz muitas “sapiências”…

                – Para cabos de ferramentas (enxada, machado, foice, etc), usa-se a madeira de: canela-de-veado, ipê, peroba, mimoseira.

                – Para confeccionar canoas, madeiras fáceis de serem falquejadas: guapuruvu, urucurana, cedro.

                – Os cochos e gamelas, são confeccionados com: cedro, raiz de figueira e da canjerana.

                – O pilão requer madeiras mais pesadas, de árvores grossas: araribá, canela-preta, raiz de figueira, canjerana.

              – A caxeta, que se pode trabalhar com um canivete, serve para cepas de tamanco, colheres de pau, soquetes de feijão, miniaturas e brinquedos.

              – Do guarandi e do cedro, faz-se o monjolo para socar milho.

              Sobre a canjerana, há um ditado: “não queima, nem apodrece”.

                Sobre velórios e excelências:

                Nos velórios do interior, a rezadeira senta pertinho do defunto e faz rezas acompanhadas por todos. É a carpideira… Chora e faz lamentações.

                E as excelências…

                                – Uma excelência, minha Virgem do Rosário,

                            dos vossos peitos, saiu o sacrário;

                            Sacrário aberto, saiu o Senhor fora,

                            pra levar essa alma, que vai pela glória.

                            – Duas excelências, …….. E vai repetindo, até a “10ª”!

              Algumas Excelências, foram gravadas por nós ainda na década de 1980, juntamente com o Dr. Pedro Carlos B. dos Santos, no interior de São Francisco de Paula (Muniz / Cadeinha), aqui na nossa terra!