Tradição e folclore
Semana Farroupilha – “nacos” da história
A Semana Farroupilha, como a realizamos hoje, tem um longo caminho percorrido desde a sua criação, a partir do “ponta-pé” inicial lá no longínquo 8 de setembro de 1947. Naquela data, alguns estudantes liderados por Paixão Côrtes retiraram uma centelha do Fogo Simbólico para “reverenciarem” à sua (e nossa!) maneira as tradições gaúchas tão esquecidas pela sociedade pós-guerra e em plena transformação.
Na verdade, o que era exaltado na época era o que vinha de fora, com o estrangeirismo campeando solto no nosso meio.
Novidades de fora – na verdade, muitas! – eram acolhidas pela população, caindo no agrado de todos: a música, o nylon, o plástico, a coca-cola, enfim, os usos e costumes dos outros estavam se aquerenciando (muito bem e à vontade) no nosso meio…
O Candeeiro Crioulo… A Chama Crioula
Sobre o “Candeeiro Crioulo”, hoje popularmente chamado de “Chama Crioula”, vale algumas explicações:
A guarda que os CTGs fazem de 07 a 13 de setembro, é apenas de uma “Centelha” do Fogo Simbólico; porém, a partir do dia 13 até o dia 20 de setembro (Dia do Gaúcho), guardamos a “Chama Crioula”, tanto uma como a outra, nas chamadas “Rondas”.
Paixão Côrtes (in: Origem da Semana Farroupilha – Primórdios do Movimento Tradicionalista, 1994), reproduz um texto de Barbosa Lessa, sobre o assunto:
“Hoje percebo que o Paixão Côrtes, em 1947, apesar do verdor de seus 19 anos de idade, foi extremamente hábil ao trazer para seu pioneirismo tradicionalista, antes de qualquer outra coisa, o aval da Liga de Defesa Nacional, interligando a Pira da Pátria (nacional) ao Candeeiro Crioulo (estadual), interligando a Semana da Pátria à Semana Farroupilha, e assim não antepondo ao Grande Mito, os mitos que então ressuscitava com seus jovens companheiros: o cerne rio-grandense, a pujança da cultura pastoril, etc.”.
Por falar nisso, essa Centelha a cada ano, fica sob a responsabilidade de um casal homenageado (de 7 a 13 de setembro) quando, daí em diante, já como Chama Crioula, dá por oficialmente aberta a Semana Farroupilha em nossa cidade, comemorações que se encerram no dia 20 de setembro. O responsável (individual ou casal), é o Guardião da Chama Crioula.
Vale lembrar: naquele gesto no distante 7 de setembro de 1947 estava nascendo a mudança que iria culminar na criação de CTGs, Piquetes de Laçadores e outros segmentos que todos nós conhecemos, “agauchando” novamente o Rio Grande do Sul… a nossa terra!